O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, neste sexta-feira (3), o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, no Palácio do Planalto. A agenda bilateral entre os dois líderes tratou sobre o acordo comercial entre os países e sobre a transição energética.
É a primeira vez que um chanceler japonês visita o Brasil desde 2016, quando Shinzo Abe esteve no país para a cerimônia de encerramento das Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Já o petista visitou o país oriental em maio de 2023, atendendo a um convite de Kishida, por ocasião da Cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão. Durante o encontro do ano passado, os dois países chegaram ao entendimento para a adoção de política de isenção de vistos para visitas de até 90 dias, vigente desde setembro.
Após agenda na capital federal, o primeiro-ministro do Japão vai ainda na tarde desta sexta-feira ao Paraguai. Já no sábado (4), ele retorna ao Brasil onde cumpre agenda em São Paulo. A agenda dele na América Latina é visto como um gesto do país para estreitar laços com nações da América do Sul, diante da expansão comercial da China e Rússia.
Em relação aos atos entre Brasil e Japão, foram assinados um memorando de cooperação na área de agricultura e melhoria de terras degradadas com vistas à segurança alimentar e mitigação do aquecimento global.
O país oriental se tornou o primeiro país a investir no Brasil para no processo de conversão de pastagem. Foram assinados ainda 36 acordos entre empresas brasileiras e japonesas, além de memorandos de cooperação entre os dois governos nas áreas de indústria; segurança cibernética; ciência e tecnologia; mineração, petróleo, entre outros.
Em declaração conjunta no Palácio do Planalto, o presidente Lula fez um apelo para o Japão importar carne bovina e suína do Brasil. Ele ainda pediu que os empresários japoneses aumentem investimentos no Brasil e agradeceu a parceria histórica entre as duas nações. Ele lembrou ainda que o Brasil é o país com maior comunidade de japoneses fora do Japão.
Lula disse que o fluxo comercial entre os dois países caiu de cerca de US$ 18 bilhões para US$ 11 bilhões ao ano, valor este que ele considerou "pouco" diante do potencial das duas nações, que mantêm parceria histórica desde o século XIX.
"Comércio bom é uma via de duas mãos. Você vende e você compra. E que este comércio tenha um certo equilíbrio, para que esses dois países se sintam confortáveis com suas políticas de relações comerciais", declarou.
Já o premier japonês, destacou que as quatro maiores economias do mundo vão trabalhar pela reforma do Conselho de Segurança da ONU. O primeiro-ministro do Japão agradeceu ainda a liderança do Brasil a frente do G20.