TRIÂNGULO MINEIRO

Pré-candidato e servidor são acusados de crimes contra prefeita de Uberaba

Polícia acusa quatro pessoas de terem usado dados da chefe do Executivo municipal para habilitar chips de celular e criar grupos de WhatsApp para divulgação de conteúdo difamatório

Por Mariana Cavalcanti
Publicado em 03 de maio de 2024 | 10:57
 
 
 
normal

A Polícia Civil indiciou quatro pessoas por crimes de injúria, associação criminosa e falsidade ideológica contra a prefeita de Uberaba, no Triângulo Mineiro, Elisa Araújo (PSD). Entre os investigados está o ex-vereador e pré-candidato à Prefeitura, Thiago Mariscal (PSDB), e o servidor da Câmara Municipal, Rodolfo Natálio.

Os investigados são suspeitos de usar dados irregulares e habilitarem chips de celular em nome da prefeita, além de se organizarem para divulgar informações pejorativas sobre a política. 

A Polícia Civil acusa o servidor da Câmara Municipal de ter utilizado os chips e e-mails vinculados indevidamente à prefeita de Uberaba. A conclusão do inquérito é que o objetivo dos suspeitos era divulgar comentários, matérias e vídeos com "conteúdo difamatório" contra a prefeita Elisa. 

"Não há dúvida alguma de que o grande beneficiário das difamações, nos contextos em que elas ocorreram, era o ex-vereador. E ele tinha pleno conhecimento disso! Os grupos de WhatsApp possuíam seu nome, para sua promoção, e ele era integrante da condição de administrador", afirma parte do inquérito. 

O que dizem os envolvidos

Vinicius Martins, um dos acusados, afirmou à reportagem que não teve envolvimento com o crime: "Estamos em ano eleitoral, é natural que políticos usem estratégias mirabolantes para tentar sua reeleição, principalmente na atual situação de Uberaba que caiu de quinta para sexta economia de Minas. Eu não tenho nada a ver com a situação, e vou provar minha inocência na justiça. Nos autos não existem provas que caluniei ou difamei alguém e nunca tive ciência de chips. Confio na justiça e sei da minha inocência". 

O pré-candidato Thiago Mariscal também negou envolvimento e aprovei o espaço para acusar a prefeita Elisa de perseguição política:

"Não sou vitimista. Mas não cederei ao sistema. Serei um perseguido e até, eventualmente, um preso político. E nem assim, cessarei. [...] volto a dizer, não sou covarde, não mando recado, o que tenho para falar, falo na cara; portanto, não tenho nada a ver com o então inquérito. Só mais uma perseguição em face a minha pessoa. Ressalto ainda que eu Thiago Mariscal não posso ser indiciado por atos de terceiro, e por intenções e tentativas destes. Pois cada um fala por si só".

O servidor Rodolfo Natálio e o assessor parlamentar Leonardo Alves, ambos acusados pela Polícia Civil de fornecer informações falsas às empresas de telefonia com os dados da prefeita, não responderam o contato da reportagem. A Câmara Municipal também foi procurada para comentar o envolvimento do servidor, mas sem retorno.

O inquérito foi entregue pela Polícia Civil ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na terça-feira (30).

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!